Por Mônica Other Nunes
No dia 10 de dezembro de 1948, o mundo tomava conhecimento da Declaração Universal dos Diretos Humanos. Naquela histórica Assembléia, foram apresentados vários artigos, sendo o Artigo I o mais abrangente: "Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade". Porém, enquanto houver neste Planeta uma só pessoa que sofra preconceito, discriminiação, ódio, indiferença, constataremos o quanto ainda é preciso ser feito para que a Declaração Universal saia do papel integralmente.
Embora a "humanidade seja uma só", nos deparamos no dia-a-dia com muitas situações onde contatamos a perda da dignidade humana. Caminhou de tal forma que a humanidade foi dividida em duas partes: quem tem poder e quem não tem poder. Não me refiro somente ao poder político nem como força bruta, mas ao poder simbólico e ao poder explícito. Neste últimos tempos nos deparamos com várias situações de conflitos em que seria mais fácil chegar a projeto comum, porém presenciamos fatos que nos passam a idéia de que é mais fácil torcer por uma situação embaraçosa do que para a realização normal e pacífica.
Presenciei uma cena que me fez questionar, e muito, qual o papel da sociedade civil incluindo a minha pessoa. Estava trabalhando quando ouvi uma pessoa fazendo uso de palavrões e gesticulando como a travar uma guerra com seus próprios demônios. Na verdade, essa pessoa está a circular pela Av. Rui Barbosa, acho que há quase um mês. É real a sua condição de andarilho e doente mental. Já liguei algumas vezes para o 190 na intenção de que se fizesse uma abordagem para tentar saber de onde veio, se lembrava seu nome mas principalmente por saber que as milhares de famílias procuram seus desaparecidos e aquela pessoa poderia ser um....Fui educadamente atendida e recebi a orientação para chamar o Serviço Social. Lembrei-me que em outras ocasiões, recebi como resposta que não havia funcionário disponível para tal serviço.
Naquela tarde, esse indivíduo estava ainda mais alterado, quando começou a xingar. diversas pessoas que passavam por ali começaram a se aglomerar, como que a pensar: o circo está montado! Mas neste o circo o palhaço não era esse indivíduo que, pelo aspecto físico, está abandonado faz tempo pela sociedade e pelo Estado. Naquele momento, o palhaço era cada um de nós que ainda acredita numa sociedade justa e com direitos iguais. Não podemos fechar os olhos para as situções de abandono e violência. Não podemos permitir que seres humanos sejam ridicularizados por sua condição social, cultural, mental, econômica. A que sociedade pertencemos? Ainda temos tempo de trabalhar pela dignidade e justiça.
Outra situação que me incomoda é presenciar, faz anos, a situação de um menor que frequenta as lojas pedindo dinheiro ou um pacote de arroz. Busquei ajuda para essa criança em algumas entidades locais, escrevi cartas para ONGs, procurei autoridades. Recebei como resposta: "esse menino não tem conserto. Ele foge. Ele não quer ser ajudado!" E aí começam a narrar as "aventuras" daquele menino que escolheu seu destino: viver de migalhas. Escutei dessa criança o pedido: "o tia, deixa eu roubar aqui? Aí eu vou pro Ciapp...."
Aproveito esse espaço para pedir aos futuros governantes desse Município que busquem alternativas para casos como os que citei, que tenham cautela e bom senso ao escolherem quem vai ocupar a Secretaria de Ação Social e Saúde. A questão da "loucura" e do "menor abandonado" é estrutural, existe faz tempo, já rendeu bons livros, ótimos filmes mas não conseguimos chegar a um resultado de consciência coletiva para tais situações. Não é isolando, tendo medo ou cruzando os braços que resolveremos essas situações.
São círculos viciosos onde a própria sociedade alimenta tal situação. Ações isoladas aqui e ali são situações paliativas com resultados passageiros. É preciso mexer na raisz do problema. "O reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo conforme o preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
No dia 10 de dezembro de 1948, o mundo tomava conhecimento da Declaração Universal dos Diretos Humanos. Naquela histórica Assembléia, foram apresentados vários artigos, sendo o Artigo I o mais abrangente: "Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade". Porém, enquanto houver neste Planeta uma só pessoa que sofra preconceito, discriminiação, ódio, indiferença, constataremos o quanto ainda é preciso ser feito para que a Declaração Universal saia do papel integralmente.
Embora a "humanidade seja uma só", nos deparamos no dia-a-dia com muitas situações onde contatamos a perda da dignidade humana. Caminhou de tal forma que a humanidade foi dividida em duas partes: quem tem poder e quem não tem poder. Não me refiro somente ao poder político nem como força bruta, mas ao poder simbólico e ao poder explícito. Neste últimos tempos nos deparamos com várias situações de conflitos em que seria mais fácil chegar a projeto comum, porém presenciamos fatos que nos passam a idéia de que é mais fácil torcer por uma situação embaraçosa do que para a realização normal e pacífica.
Presenciei uma cena que me fez questionar, e muito, qual o papel da sociedade civil incluindo a minha pessoa. Estava trabalhando quando ouvi uma pessoa fazendo uso de palavrões e gesticulando como a travar uma guerra com seus próprios demônios. Na verdade, essa pessoa está a circular pela Av. Rui Barbosa, acho que há quase um mês. É real a sua condição de andarilho e doente mental. Já liguei algumas vezes para o 190 na intenção de que se fizesse uma abordagem para tentar saber de onde veio, se lembrava seu nome mas principalmente por saber que as milhares de famílias procuram seus desaparecidos e aquela pessoa poderia ser um....Fui educadamente atendida e recebi a orientação para chamar o Serviço Social. Lembrei-me que em outras ocasiões, recebi como resposta que não havia funcionário disponível para tal serviço.
Naquela tarde, esse indivíduo estava ainda mais alterado, quando começou a xingar. diversas pessoas que passavam por ali começaram a se aglomerar, como que a pensar: o circo está montado! Mas neste o circo o palhaço não era esse indivíduo que, pelo aspecto físico, está abandonado faz tempo pela sociedade e pelo Estado. Naquele momento, o palhaço era cada um de nós que ainda acredita numa sociedade justa e com direitos iguais. Não podemos fechar os olhos para as situções de abandono e violência. Não podemos permitir que seres humanos sejam ridicularizados por sua condição social, cultural, mental, econômica. A que sociedade pertencemos? Ainda temos tempo de trabalhar pela dignidade e justiça.
Outra situação que me incomoda é presenciar, faz anos, a situação de um menor que frequenta as lojas pedindo dinheiro ou um pacote de arroz. Busquei ajuda para essa criança em algumas entidades locais, escrevi cartas para ONGs, procurei autoridades. Recebei como resposta: "esse menino não tem conserto. Ele foge. Ele não quer ser ajudado!" E aí começam a narrar as "aventuras" daquele menino que escolheu seu destino: viver de migalhas. Escutei dessa criança o pedido: "o tia, deixa eu roubar aqui? Aí eu vou pro Ciapp...."
Aproveito esse espaço para pedir aos futuros governantes desse Município que busquem alternativas para casos como os que citei, que tenham cautela e bom senso ao escolherem quem vai ocupar a Secretaria de Ação Social e Saúde. A questão da "loucura" e do "menor abandonado" é estrutural, existe faz tempo, já rendeu bons livros, ótimos filmes mas não conseguimos chegar a um resultado de consciência coletiva para tais situações. Não é isolando, tendo medo ou cruzando os braços que resolveremos essas situações.
São círculos viciosos onde a própria sociedade alimenta tal situação. Ações isoladas aqui e ali são situações paliativas com resultados passageiros. É preciso mexer na raisz do problema. "O reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo conforme o preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
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