quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mãos à Obra: As Deles e As Nossas

Começou o ano novo e nossa ânsia por mudança começa a incomodar. Queremos saber quem serão os novos secretários, quais serão seus planos, quais serão as primeiras medidas. Queremos, o mais rápido possível, ver mudanças. Talvez, mais até do que as mudanças propriamente ditas, todos esperamos algumas definições de rumos e de papéis que possam indicar para onde vamos e como vamos. Pensando na prefeitura, esperamos notícias. Pensando em Patrocínio, podemos fazer juntos mais do que qualquer prefeito sozinho.

Para o prefeito, haverá pouco espaço para inovação imediata. A fórmula é muito simples mas ainda não está completamente incorporada a todos os níveis de administração pública: gastar menos, ganhar mais e fazer tudo de maneira planejada. Será preciso se organizar para fazer cortes ou contingenciamento de verbas, adequar o orçamento municipal, pensar nas novas estruturas da administração, considerar o efeito da crise na geração dos próprios recursos mas também nas transferências feitas pelo Estado e pela União. Em termos práticos e imediatos, qualquer coisa diferente disso representará um desafio.

Esse imperativo não impede a mudança mas limita muito sua abrangência e sua velocidade e não se aplica apenas ao executivo municipal. Todos nós temos que considerar o legado das últimos anos antes de nos empenharmos em realizar mudanças se quisermos agir com responsabilidade. Precisamos saber exatamente o que temos em nossas mãos, o que queremos manter, aproveitar, melhorar e descartar. Essa reflexão é obviamente necessária para o executivo e para o legislativo e é igualmente útil e recomendável para o setor privado e para a sociedade civil organizada.

Os vereadores exercerão um papel fundamental nessa dinâmica. Como é característico – e louvável - no nosso sistema político, o legislativo desempenha um papel essencial e tem a capacidade real de definir as direções e o andamento da vida da comunidade. Muito além de votar todas as leis municipais, a câmara é quem deve representar a população. É preciso que os grupos, setores e até indivíduos manifestem seus desejos, necessidades e expectativas junto a seus representantes na câmara. A velocidade e a direção das mudanças – e mesmo os ajustes da transição – devem ser influenciados decisivamente pelos vereadores. Aos eleitores, aos cidadãos, cabe cobrar que os vereadores sejam, verdadeiramente, seus representantes.

A sociedade civil, por seu lado, precisa merecer o termo “organizada”. Sim, nos acostumamos a usar a expressão “sociedade civil organizada” sem questionar quanta organização existe. Mas, se queremos mesmo promover mudança – ou garantir conquistas – é preciso que a sociedade civil conte com organizações. Organizados, podemos contribuir para termos a educação, saúde, segurança que desejamos. Associações de bairro, comerciais; sindicatos de trabalhadores ou patronais; cooperativas de produtores, de exportadores, de crédito; clubes e grêmios esportivos; grupos culturais; todos precisam se organizar para avaliar necessidades e desejos, definir propostas, dialogar e colaborar com outros grupos, com o setor privado e com o setor público.

Nossa ansiedade por mudança precisa ser transformada em ação. Para isso, o mais importante é sabermos o que queremos para Patrocínio. Mesmo que seja apenas em nosso campo de atuação, em nossa área de interesse específica. Considerando que conhecemos nossa realidade, podemos definir que rumos queremos tomar, aonde queremos chegar e começar a agir. Muito depende da atuação do prefeito e dos vereadores eleitos por nós - não podemos nos esquecer disso - mas a democracia não termina nas eleições. Pelo contrário, é agora, entre as eleições, que temos a chance de participar do debate e das decisões e construir juntos a cidade que queremos.

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