Dar uma ajuda a quem necessita, muitas vezes, atrapalha mais que ajuda. Há quem precise desesperadamente de algum auxílio imediato e urgente, isso é fato. Nesses casos, não há tempo, espaço ou qualquer sentido em qualquer questionamento. Esses casos são minoria e deverão, se trabalharmos direito, deixar de existir. No entanto, há muitos outros casos em que ajudar cria um ciclo de dependência e então, o que deveria ser ajuda, caridade, doação, vira assistencialismo, dependência, cabresto. Há quem ganhe muito com isso, mas a sociedade como um todo perde muito.
Doações que não comprometem o beneficiário transmitem a mensagem errada. Se é possível conseguir o que se deseja sem requisitos, contrapartidas, limites ou qualquer custo – de tempo, energia, trabalho, dinheiro – vale a lei do menor esforço. Um troco na porta do banco (houve um tempo em que pediam na porta da Igreja...), um remédio na Secretaria, um emprego com um Deputado, uma ajudinha da Prefeitura e por aí vai. No fundo, trata-se do mesmo princípio e do mesmo mecanismo e as conseqüências para o caráter da sociedade são graves. A mensagem é errada porque transfere a responsabilidade e a capacidade de resolver as situações para quem doa – quando sabemos que somos todos agentes de nossa sociedade.
Investir em Desenvolvimento significa investir em gente. Não há muito para onde correr. Lideranças sociais, acadêmicos, políticos, gente comum sem educação formal, todos sabemos e concordamos que Desenvolvimento depende de saúde e educação nos seus mais diversos aspectos para os indivíduos. O pacote que se convencionou chamar de Capital Humano e inclui investimentos em áreas tão amplas quanto aleitamento materno e qualificação de mão de obra. Desenvolvimento depende também de investimento grupos, em Capital Social que, grosso modo, é como as pessoas se relacionam. Pode-se dizer que quanto mais as pessoas se relacionam em uma comunidade por meio de associações, instâncias de representação, quanto mais participam da vida comunitária, maior é o Capital Social daquela população. Desenvolvimento depende de gente – com saúde e educação; que se relacione de maneira cooperativa e construtiva; e que se ocupe com sua própria comunidade.
No entanto, doar não é exatamente investir. Pode ser, mas não necessariamente. Kits de material escolar certamente melhoram a educação dos alunos. O mesmo vale, na saúde, para distribuição de medicamentos. Não há dúvidas de que se trata de investimento em capital humano. Estímulos à mobilização, ao associativismo, à participação nos assuntos comunitários, à participação nas decisões de assuntos públicos, os mecanismos de controle social, todos são exemplos de investimento em Capital Social. O problema aparece quando transferimos a responsabilidade pela solução de nossos problemas para o poder público, para qualquer outra pessoa, entidade, organização; quando deixamos de cooperar e construir o que queremos porque esperamos que alguém nos dê ou faça por nós; quando nos abstemos ou nos omitimos. Quando têm esse efeito, as doações passam a ser desinvestimento.
Caridade é fundamental mas não resolve. Fazer caridade é, antes de qualquer coisa, um testemunho de sensibilidade social e compaixão. Repito: há casos em que não cabe qualquer questionamento. Mas é fácil ver como uma “ajuda” não afeta o problema real e suas causas continuam intactas. Quem recebe comida ou dinheiro ficará sem comida ou dinheiro assim que aquela “doação” acabar. O mesmo vale para organizações. Pela experiência, terá aprendido que pedir pode diminuir seu sofrimento ou pelo menos adiá-lo. Mas como as causas não mudaram, ele voltará sempre. Daí surge a indústria da doação preocupada em justificar sua existência, sobreviver e manter as coisas como estão com poucos se beneficiando da compaixão e sensibilidade de alguns com a privação e com a necessidade de muitos. É justo nesse ponto em que dar uma ajuda atrapalha.
Doações que não comprometem o beneficiário transmitem a mensagem errada. Se é possível conseguir o que se deseja sem requisitos, contrapartidas, limites ou qualquer custo – de tempo, energia, trabalho, dinheiro – vale a lei do menor esforço. Um troco na porta do banco (houve um tempo em que pediam na porta da Igreja...), um remédio na Secretaria, um emprego com um Deputado, uma ajudinha da Prefeitura e por aí vai. No fundo, trata-se do mesmo princípio e do mesmo mecanismo e as conseqüências para o caráter da sociedade são graves. A mensagem é errada porque transfere a responsabilidade e a capacidade de resolver as situações para quem doa – quando sabemos que somos todos agentes de nossa sociedade.
Investir em Desenvolvimento significa investir em gente. Não há muito para onde correr. Lideranças sociais, acadêmicos, políticos, gente comum sem educação formal, todos sabemos e concordamos que Desenvolvimento depende de saúde e educação nos seus mais diversos aspectos para os indivíduos. O pacote que se convencionou chamar de Capital Humano e inclui investimentos em áreas tão amplas quanto aleitamento materno e qualificação de mão de obra. Desenvolvimento depende também de investimento grupos, em Capital Social que, grosso modo, é como as pessoas se relacionam. Pode-se dizer que quanto mais as pessoas se relacionam em uma comunidade por meio de associações, instâncias de representação, quanto mais participam da vida comunitária, maior é o Capital Social daquela população. Desenvolvimento depende de gente – com saúde e educação; que se relacione de maneira cooperativa e construtiva; e que se ocupe com sua própria comunidade.
No entanto, doar não é exatamente investir. Pode ser, mas não necessariamente. Kits de material escolar certamente melhoram a educação dos alunos. O mesmo vale, na saúde, para distribuição de medicamentos. Não há dúvidas de que se trata de investimento em capital humano. Estímulos à mobilização, ao associativismo, à participação nos assuntos comunitários, à participação nas decisões de assuntos públicos, os mecanismos de controle social, todos são exemplos de investimento em Capital Social. O problema aparece quando transferimos a responsabilidade pela solução de nossos problemas para o poder público, para qualquer outra pessoa, entidade, organização; quando deixamos de cooperar e construir o que queremos porque esperamos que alguém nos dê ou faça por nós; quando nos abstemos ou nos omitimos. Quando têm esse efeito, as doações passam a ser desinvestimento.
Caridade é fundamental mas não resolve. Fazer caridade é, antes de qualquer coisa, um testemunho de sensibilidade social e compaixão. Repito: há casos em que não cabe qualquer questionamento. Mas é fácil ver como uma “ajuda” não afeta o problema real e suas causas continuam intactas. Quem recebe comida ou dinheiro ficará sem comida ou dinheiro assim que aquela “doação” acabar. O mesmo vale para organizações. Pela experiência, terá aprendido que pedir pode diminuir seu sofrimento ou pelo menos adiá-lo. Mas como as causas não mudaram, ele voltará sempre. Daí surge a indústria da doação preocupada em justificar sua existência, sobreviver e manter as coisas como estão com poucos se beneficiando da compaixão e sensibilidade de alguns com a privação e com a necessidade de muitos. É justo nesse ponto em que dar uma ajuda atrapalha.
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