Mônica Othero Nunes
De pequena lá por volta dos 6 anos veio a afirmação:
"- Quando crescer quero ser professora."
"- Mas, por que?"
"- Ah mãe, quero ensinar o mundo!"
Desde então passava as manhãs brincando no quadro negro, rabiscava, contava histórias, cantava, soletrava para uma platéia de bonecas. As vezes parecia alguma criança da mesma idade e a aula ficava ainda mais interessante.
Até que um dia uma vizinha então professora fez o seguinte comentário:
"- Essa menina tá doida em crescer e querer ser professora. Além ganhar uma mixaria vai ter que aguentar um bando de criança sem educação. Escolhe outra profissão ou você quer acabar doida?"
Ela acanhadamente respondeu: “Mas, se não existe professor quem vai ensinar?"
De lá para cá ela não brincou mais de professora, sua vontade de ser professora destrembelou.
Depois de muitos anos ela me liga e comunica:
"- Ah... Mãe lembrei do meu sonho de criança. Vou fazer vestibular para Pedagogia e Educação do Campo. Você sempre disse que onde estiver nosso coração ali estará nosso caminho e eu vou atrás do meu."
Aqueles anos onde o "sonho" de ser professora ficou "adormecido" conduziu a escolha dos cursos a seguir, no caso dois ligados com educação.
Próximo ao dia do professor, infelizmente ainda existe a relação de que escolher a profissão de professor não vale à pena.
Mas, o que vale à pena?
Escolher outra profissão que não seja a que você "sonhava" e arrastar anos e anos de frustração?
Estamos cercados de pessoas frustradas profissionalmente, desejando o que o outro conseguiu, criticando em vez de construir, sem motivação.
Estamos cercados de antes, durante e depois, demonstramos muitas vezes uma dificuldade em entender a razão da escolha de cada um.
Tenho certeza que um professor é um aluno por toda a vida.
Ensinando ele aprende e aprendendo ele ensina.
Para o bem de todos nós!
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