terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Tudo pelo social (e pelo dinheiro também)

PEGN

Sete jovens empreendedores tocam os chamados negócios sociais, economicamente viáveis e que pretendem reduzir a pobreza

Por Carin Hommonay Petti
Eles não abriram negócios tradicionais. Nem criaram ONGs. Os sete jovens empreendedores abaixo escolheram o caminho do meio. Tocam os chamados negócios sociais, iniciativas economicamente viáveis que têm como meta reduzir a pobreza com seus produtos, serviços ou a inclusão dos menos favorecidos na cadeia produtiva. Conheça o negócio de cada um deles

O sócio capitalista
Antonio Moraes, 23 anos, idealizador do fundo de capital de risco Vox Capital

Se empresas convencionais já enfrentam dificuldades em captar recursos de sócios capitalistas, a situação é ainda mais espinhosa nos negócios sociais, geralmente pouco apetitosos aos olhos dos investidores. Disposto a solucionar o problema, Antonio Moraes, neto do megaempresário Antonio Ermírio, rejeitou a proposta de emprego numa consultoria. Preferiu se dedicar à criação do Vox Capital, o fundo de capital de risco que havia concebido em seu trabalho de conclusão do curso de administração pública da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. Alimentada com recursos de investidores americanos, a Vox injeta de R$ 150 mil a R$ 1 milhão em empresas com até dois anos de estrada, que, além de rentáveis e com potencial de escala, ajudem a reduzir a pobreza ou melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda – seja com seus serviços, produtos ou inclusão social na cadeia produtiva.

A Vox tem ainda outra peculiaridade: diferentemente dos fundos de venture capital convencionais, que compram participação em empresas com a intenção de vender suas ações mais tarde, ali a saída dos sócios capitalistas não é necessariamente parte do jogo. Nada os impede de continuar no negócio por tempo indeterminado.



Aos sem-banco
Alessandra França, 23 anos, fundadora do Banco Pérola
O pai de Alessandra França é caminhoneiro. A mãe, costureira. “Se tivessem conseguido crédito, poderiam ter ido mais longe na vida.” É justamente isso que ela busca para os beneficiados pelo Banco Pérola, a instituição de microcrédito que concebeu. A ideia nasceu quando trabalhava como coordenadora do Projeto Pérola, uma Oscip que promove cursos de computação e cidadania para jovens de baixa renda do interior de São Paulo. “Muita gente tinha planos de abrir um negócio, mas faltava dinheiro para tirar o projeto do papel”, diz. Justamente para tirar as ideias do papel, ela procurou a Artemísia, ONG que apoia negócios sociais. Depois de aprovada num processo de seleção com 200 candidatos, conseguiu da entidade R$ 40.000 para fundar o banco.

Agora começa a primeira rodada de empréstimos, de até R$ 1 mil, a 20 jovens empreendedores de baixa renda de Sorocaba, no interior paulista. Entre os beneficiados, vendedores de cachorro quente, de bijuteria e até de produtos eróticos – gente que, por operar na informalidade, mal atravessa a porta dos bancos. Os juros mensais são de 4% ao mês e o prazo de pagamento de até sete meses, período em que os beneficiados recebem orientação financeira para pôr o negócio nos trilhos. Para viabilizar novos financiamentos agora Alessandra busca parcerias com bancos.

Quer ler mais? Clique nas páginas 2 e 3.

Nenhum comentário:

Postar um comentário